Perfil – Alan Felipe Provin – titular do 2º Ofício de Iranduba

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O registrador Alan Felipe Provin assumiu a serventia em 2020, após aprovação em concurso público do TJ/AM

A Associação dos Notários e Registradores do Amazonas (Anoreg/AM) inicia, neste mês de abril, uma série de entrevistas com delegatários que assumiram serventias extrajudiciais no estado, convocados pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ/AM), no ano de 2020, após aprovação em concurso público.

O projeto se inicia com a história de Alan Felipe Provin, de 29 anos, natural de Quilombo, município localizado em Santa Catarina. Atualmente, é titular do 2º Ofício de Iranduba, desde 19 de novembro de 2020. Sua formação inclui graduação em Direito, especialização em Direito Civil, Constitucional e Empresarial, mestrado em Ciência Jurídica, além de mestrado em Derecho Ambiental y de la Sostenibilidad. Alan também é doutorando em Juridical Science pela Widener Law School.

Confira a entrevista na íntegra:

Anoreg/AM – Como chegou ao segmento extrajudicial e por quais estados já passou?

Alan Felipe Provin – Meu primeiro emprego, ainda em Quilombo, foi em um cartório extrajudicial. Aos 17 anos, ingressei na atividade. A partir daí, o amor pela atividade só aumentou. À época, a tabeliã passou em um novo concurso e assumiu uma serventia em Porto Belo, em Santa Catarina. Foi quando recebi o convite para figurar como seu substituto, então, também me mudei para aquele município. Após cinco anos, fui aprovado no concurso de Santa Catarina e assumi a titularidade do Tabelionato de Modelo. Passaram-se mais quatro anos, quando, então, assumi a interinidade do cartório de registros do município de Itá. Na sequência, houve a convocação para o Amazonas, no ano passado, quando me mudei para cá.

Anoreg/AM – Com tem sido sua experiência à frente do 2º Ofício de Iranduba?

 Alan Felipe Provin – Iranduba tem se demonstrado uma grande escola. Por mais que a gente estude e passe em concurso, é a experiência do dia a dia que te faz um profissional melhor. A realidade do Amazonas é completamente diferente de Santa Catarina. Então, à frente do 2º Ofício de Iranduba, é possível ver mais de perto o que é o Brasil e quais as necessidades do nosso povo. É chegar mais perto da população. É trabalhar intimamente com a ideia de ajudar.

Anoreg/AM – Quais desafios tem enfrentado desde que assumiu?

Alan Felipe Provin – A logística é algo que torna o trabalho mais dificultoso. O fornecimento de produtos é mais caro que em outras regiões do País, principalmente por conta do frete. Há poucas opções de internet e sistemas informatizados de qualidade, por exemplo. Ademais, os municípios do interior do estado contam com poucas opções de espaço físico, o que distancia alguns projetos por conta dessa questão. Mas acredito que, com o tempo, vamos encontrar procedimentos que contribuirão para uma melhor execução dos serviços prestados à população de Iranduba.

Anoreg/AM – Foram implementados novos projetos no cartório?

Alan Felipe Provin – Sem parar com a demanda recorrente da serventia, o 2º Ofício de Iranduba tem sido piloto em diversos convênios tecnológicos.  Acredito que a tecnologia tem muito a contribuir com a atividade. No momento, estamos digitalizando todo o acervo, cadastrando todos os atos em sistema, para que, assim, aumente a segurança jurídica. Em apenas poucas semanas de informatização, foi possível verificar muitos resultados. Os demais avanços se tornam consequência do investimento. Por exemplo, com mais de 28 mil matrículas, não havia sistema de busca de bens imóveis. Assim, até então, era realizada a busca manual em 28 mil matrículas todas as vezes, a cada novo nome pesquisado. Da mesma forma, não era possível encontrar registros de nascimento, casamento ou óbito sem folhear todo acervo que data da década de 1930. Estamos com cerca de 20 mil averbações de indisponibilidade em trâmite, que já estavam há anos ordenadas, mas, com os indicadores desatualizados, não eram feitas. Ademais, começamos a realizar registros de contratos eletrônicos da Caixa Econômica Federal, o que beneficia a população, principalmente do bairro Maria Zeneide. De forma geral, o principal projeto agora é informatizar os processos, ao máximo possível, para que todo o serviço flua com maior agilidade e segurança.

Anoreg/AM – Quais são os próximos passos e objetivos da serventia?

Alan Felipe Provin – O foco atual é informatizar todo o cartório e investir nos colaboradores. Profissionalizando a equipe e tendo sistemas de qualidade à disposição, tende-se a revolucionar o sistema registral local. Acredito que bom atendimento, com empatia, e tecnologia na mão, tornam-se grandes aliados para se tornar um serviço de excelência para a população local.

Anoreg/AM – Para finalizar, como avalia a importância dos serviços cartorários para a população?

Alan Felipe Provin – A vida das pessoas, quer queira quer não, passa pelo cartório. Temos que fazer com que essa passagem seja da forma mais agradável possível. Que não seja um peso ou uma burocracia desnecessária. Temos que lutar para mostrar que podemos conferir segurança jurídica de uma forma humanizada. As relações do mercado e da vida civil se tornam estáveis a partir do momento que se confia na atividade notarial e de registro, que se realiza concurso público para a investidura da função. Assim, os cartórios realizam uma função social muito grande, que por vezes é ofuscada por discursos de quem não conhece a atividade.

Fonte: Assessoria de Comunicação – Anoreg/AM

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