Dia Internacional da Mulher: A força de mulheres que lideram cartórios no Amazonas

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Anoreg/AM homenageia delegatárias que lideram cartórios amazonenses, superando desafios logísticos, sociais e pessoais, e contribuindo com excelência para a segurança jurídica e transformação da sociedade.

Ser mulher e estar à frente de um cartório no Brasil é um desafio que vai além da gestão administrativa e da prestação de um serviço essencial à sociedade. É também enfrentar estereótipos, provar constantemente sua competência e equilibrar uma rotina intensa com a vida pessoal. No Amazonas, onde as dificuldades logísticas impõem ainda mais obstáculos, essas mulheres não apenas lideram suas serventias, mas também promovem segurança jurídica e transformam realidades.

Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a Associação dos Notários e Registradores do Estado do Amazonas (Anoreg/AM) traz as histórias inspiradoras de Isabel Cerqueira, Juliana Fioretti, Nathalie Raposo e Taís Batista Fernandes (em ordem alfabética), que compartilham suas vivências, desafios e conquistas, mostrando que, mais do que administrar cartórios, elas constroem um futuro mais justo e acessível para todos.

Por meio delas, a entidade homenageia as tabeliães, registradoras, escreventes e colaboradoras de cartórios que, com dedicação e excelência, consolidam o papel feminino na atividade notarial e registral.

Confira:

Isabel Cerqueira: Solucionando problemas com agilidade e eficiência

Titular do Cartório Único de Uarini, Isabel Cerqueira sempre viu na atividade notarial e registral uma maneira de solucionar problemas da sociedade de forma simples, célere e eficaz. Desde a regularização de imóveis até a realização de inventários extrajudiciais, ela percebe o impacto positivo do seu trabalho na vida das pessoas.

No entanto, assumir uma serventia no Amazonas trouxe desafios significativos. “A logística dentro do nosso estado foi, sem dúvida, o maior obstáculo. O acesso aos municípios é difícil, com muitas horas – às vezes dias – de viagem de barco e poucas opções de transporte”, conta.

Isabel também enfrentou preconceito no início de sua trajetória, mas acredita que a melhor forma de quebrar barreiras é demonstrando um serviço eficiente e de qualidade.

Para equilibrar a intensa rotina de trabalho com a vida pessoal, ela aprendeu a encontrar o equilíbrio no dia a dia, conciliando família, casamento e profissão.

Juliana Fioretti: Do direito imobiliário à realização profissional nos cartórios

A história de Juliana Fioretti, titular do 7º Tabelionato de Notas de Manaus, começou no direito imobiliário. Ao trabalhar na regularização de imóveis após a falência de uma construtora, ela se apaixonou pela área e descobriu a atividade notarial e registral. O incentivo de um tabelião a levou a prestar concurso e, em 2005, foi aprovada para atuar no Amazonas.

Seu maior desafio ao assumir a serventia foi financeiro. “Eu estava apenas estudando havia um ano e não tinha renda nem reservas para instalar o cartório”, relembra. Além disso, conquistar a confiança dos manauaras, vindo de São Paulo, exigiu tempo e esforço.

Juliana também conta que não enfrentou preconceito por ser mulher, mas, no início, sentiu resistência por sua pouca idade. “Eu tinha 28 anos. Às vezes, achavam que o cartório era do meu marido ou do meu pai. Mas nunca me deixei abalar. Quando percebo que a pessoa tem algum preconceito não perco a oportunidade de demonstrar que não estou aqui por acaso”, afirma.

A tecnologia é sua aliada para equilibrar trabalho e vida pessoal. “Estou sempre conectada, seja no cartório ou em casa, garantindo que tudo funcione da melhor forma.

Já seu maior aprendizado na profissão foi compreender a importância do direito notarial e registral, que, embora pouco abordado nas faculdades, tem um impacto profundo na sociedade.

Nathalie Raposo: Segurança jurídica e impacto social no interior do Amazonas

Para Nathalie Raposo, titular do Cartório Único de Novo Aripuanã, a escolha pela atividade notarial e registral veio da busca por estabilidade e pela vontade de oferecer um serviço público essencial. “A segurança jurídica e a transparência que garantimos nas transações evitam conflitos e asseguram direitos”, destaca.

Ao assumir a serventia, enfrentou desafios administrativos e financeiros, já que vinha de uma carreira no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), onde havia diretrizes estabelecidas. “Passei a ter maior autonomia e precisei tomar decisões importantes rapidamente”, relata.

Por ser mulher e atuar no interior do estado, Nathalie enfrentou muito preconceito. “Clientes pediam para falar com o tabelião e, quando eu me apresentava, insistiam que queriam falar com o tabelião, e não comigo”, relata. Mas, com trabalho e dedicação, ela conseguiu quebrar essas barreiras e se firmar como profissional respeitada na cidade.

Hoje, busca manter um equilíbrio saudável entre a vida pessoal e o trabalho, utilizando um planner semanal e delegando tarefas. “Entendi a importância de confiar na equipe e estabelecer metas realistas, sem comprometer minha saúde física e mental”, pontua.

Taís Batista Fernandes: Resiliência e compromisso com a excelência

Titular do 2º Ofício de Coari, Taís Batista Fernandes viu na atividade notarial e registral a possibilidade de transformar realidades com eficiência. “A principal característica dessa atividade é garantir a segurança jurídica das relações”, afirma.

Assumir uma serventia no interior do Amazonas, em um momento de digitalização do setor, exigiu capacitação e investimentos, além de lidar com a distância da família. Além disso, como mulher, enfrentou a invalidade imposta por uma sociedade patriarcal. “A melhor forma de combater isso é com estudo e trabalho”, enfatiza.

Para equilibrar a rotina, Taís aposta na organização. “Faço uma agenda com meus compromissos diários, mas, quando não consigo cumprir tudo, aprendi a ter paciência e me perdoar. Nem sempre conseguimos ser 100% produtivos”, reflete.

Seu maior aprendizado na profissão foi a resiliência. “Lidar com pessoas nos ensina diariamente e nos impõe um compromisso de não deixar que isso mude nossa essência ou nos torne mais duros. O segredo é focar no trabalho com excelência e seguir com fé em Deus”, finaliza.

Uma homenagem da Anoreg/AM às mulheres dos cartórios

As histórias de Isabel, Juliana, Nathalie e Taís são exemplos da força e dedicação das mulheres que atuam nos cartórios do Amazonas. Elas enfrentam desafios diários, mas seguem firmes, garantindo um serviço essencial para a sociedade.

A Anoreg/AM reconhece e celebra a importância de todas as delegatárias do estado e convida outras profissionais a compartilharem suas experiências e desafios. Se você é uma delegatária no Amazonas e deseja contar sua história, entre em contato com a Anoreg/AM e faça parte dessa homenagem.

Texto: Alan Marcos Oliveira / Anoreg/AM

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