Só na última terça-feira, 11/2, 303 casais oficializaram a união na primeira cerimônia do casamento coletivo indígena que ocorre em Benjamin Constant (a 1.120 km de Manaus), em quatro cerimônias.
Até esta quinta-feira, 13/2, pelo menos 806 casamentos serão celebrados em cerimônias organizadas pela prefeitura do Município, Corregedoria-geral de Justiça do Amazonas, Defensoria Pública e Fundação Nacional do Índio (Funai), e Governo do Estado.
Segundo o Oficial de Registro do município, Abdias Pereira, foi necessário aumentar a equipe para atender às demanda, no prazo planejado.
“O cartório foi envolvido desde o processamento das habilitações de casamento com as respectivas expedições das certidões e entrega nos dias das cerimônias”, disse Pereira.
Enfim casados oficialmente
Os indígenas Nicanor Tamaia, de 100 anos, e Maria Coelho, de 58, da etnia Tikuna, aproveitaram para oficializar a união que já durava 38 anos.
Cartório em ação
Nicanor e Maria já haviam tentado realizar o casamento civil, mas sem êxito. A cerimônia desta terça, além de formalizar o próprio matrimônio, Maria e Nicanor também puderam ver dois netos e uma neta oficializarem o casamento.
Casamentos indígenas
As cerimônias continuam de forma gratuita. As celebrações preservam as tradições indígenas.
As celebrações ocorrem nas comunidades Filadélfia, Feijoal, Guanabara 3 e São Leopoldo.
Etnias em Benjamin
Benjamin Constant concentra 35 comunidades com 16 mil indígenas entre Tikunas e Kokamas, segundo a Funai. Todas as comunidades do município possuem moradores participando do casamento coletivo.
Para o presidente da Associação dos Notários e Registradores do Amazonas (Anoreg AM), a ação salienta o relevante papel dos cartórios de Registro Civil, na promoção da cidadania, sobretudo em regiões mais remotas e carentes da presença do Estado.
Por Agnaldo Oliveira Júnior
Assessoria de Comunicação
Anoreg/AM