Delegatária Adrianne Sanches fala sobre ações implementadas e planos futuros para o Cartório de Codajás

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Efetivação de plataformas digitais e aproximação do Poder Público são alguns pontos já executados pela delegatária durante sua gestão na serventia.

Em nova edição do especial “Perfil de Delegatários”, a Associação dos Notários e Registradores do Estado do Amazonas (Anoreg/AM) entrevista Adrianne Sanches Soares da Silva, de 32 anos, nascida em Manaus, e que hoje atua como titular do Cartório Extrajudicial de Codajás, município localizado a 240 quilômetros de distância de Manaus.

Adrianne é formada em Administração e Direito e já atuou em ambas as áreas, no estado, assim como também já foi professora universitária, antes de entrar para o universo extrajudicial.

Confira a entrevista na íntegra:

Anoreg/AM – Como chegou ao segmento de serventias extrajudiciais?

Adrianne Sanches Soares da Silva – Conheci a atividade extrajudicial aos dezessete anos. Estava no ensino médio e trabalhava na área administrativa, mas já tinha certeza que buscaria ingressar na faculdade de Direito. Fiquei surpresa com a forma como um serviço notarial evitou desgaste familiar no momento em que vivenciávamos uma perda. O trabalho de assessoramento de pessoas que residiam em outro país, prestado por uma tabeliã, em uma cidade de doze mil habitantes me deixou entusiasmada e me fez crer que essa seria a melhor forma de unir a atividade administrativa (que já era uma realidade em minha vida) com a atuação jurídica voltada à pacificação social. Contudo, o ingresso na atividade antes dos trinta anos foi uma grata surpresa. Me inscrevi no concurso de forma despretensiosa. Era o último dia do prazo para inscrição e pagamento do boleto e eu havia acabado de pedir demissão de um dos empregos para me dedicar aos estudos para concurso. Não esperava ingressar na atividade antes de alcançar outros objetivos profissionais e pessoais, tendo me submetido ao certame seguindo o conselho de um amigo e por ser para o meu estado.

Anoreg/AM – Como foi atuar no Ofício Único de Canutama?

Adrianne Sanches Soares da Silva – Minha primeira escolha foi o município de Canutama pelo fato de sempre ter tido vontade de vivenciar o Sul do Amazonas. Deixar a região do Médio Solimões para atuar no Purus foi um choque de realidades, principalmente pelo fato da mudança ter ocorrido cerca de um mês antes da segunda onda de Covid-19 e logo depois ter iniciado o período de cheia. Lidar com a realidade de um ofício único em uma região conhecida por problemas envolvendo grilagens de terras foi um grande desafio profissional. Apesar do curto período (sete meses), atuar no município me proporcionou inenarrável amadurecimento profissional e pessoal. Conheci uma realidade do Amazonas que poucos amazonenses conhecem e tive a oportunidade de viver situações que dificilmente outro local proporcionaria. Apesar de ter sido a segunda comarca na qual atuei, foi em Canutama que realmente constatei a importância da atividade notarial e registral para a pacificação social, segurança jurídica entre particulares e como o cartório também pode atuar na garantia de direitos difusos e coletivos.

Anoreg/AM – No último processo de reescolha, você optou por migrar para o Ofício Único de Codajás. Como tem sido a experiência e quais os desafios enfrentados nesta serventia?

Adrianne Sanches Soares da Silva – Optei por migrar para o Ofício Único de Codajás em razão da acessibilidade à Capital. A logística de transporte favorece viagens rápidas, se comparada a outras comarcas. No âmbito profissional, Codajás tem proporcionado mais uma experiência desafiadora, dada a realidade da serventia e as mudanças que rotineiramente estão ocorrendo na atividade extrajudicial, como a implementação de novas centrais eletrônicas, por exemplo.

Anoreg/AM – Qual ou quais novos projetos estão sendo implementados no cartório onde você está atuando?

Adrianne Sanches Soares da Silva – Já foram implementadas todas as plataformas digitais voltadas aos diversos serviços prestados no cartório. Além disso, buscamos nos aproximar da Prefeitura e dos diversos órgãos municipais. Acredito que o desempenho da atividade, no interior, exige união com o Poder Público e torna necessária a apresentação do cartório como um dos braços para o desempenho e implementação de diversas políticas públicas e econômicas. No entanto, ainda vivencio a fase de descoberta do município e, principalmente, conhecimento e organização do acervo para a prestação de serviço mais eficiente e alcance da segurança jurídica que deve ser proporcionada pelos cartórios.

Anoreg/AM – Quais serão seus próximos passos?

Adrianne Sanches Soares da Silva – Após a conclusão da alimentação das centrais ligadas ao Registro Civil de Pessoas Naturais e implementação do Serviço de Atendimento Eletrônico Compartilhado do Registro de Imóveis, pretende-se apresentar a atividade desenvolvida pelo cartório para as comunidades, iniciar o projeto de regularização fundiária do município e promover projetos voltados ao incentivo da produção agrícola e pecuária no município.

Anoreg/AM – Com você avalia a atuação da Anoreg/AM no estado?

Adrianne Sanches Soares da Silva – A Anoreg/AM é o apoio do oficial de registro e tabelião do interior do Amazonas. Além de promover o diálogo entre as serventias e os órgãos públicos, representa os delegatários do Estado frente a importantes demandas sociais. Ademais, sua estrutura física e humana permite que os cartórios do interior tenham suporte diário. O convênio que criou e mantém a oferta do sistema Cacique Web provê, a todos os municípios, a possibilidade de prestação de serviço informatizado, o que indiscutivelmente propicia maior organização e segurança ao oficial, aos usuários e à continuidade do serviço, principalmente a longo prazo.

Anoreg/AM – Para você, qual a importância dos serviços cartorários para a população?

Adrianne Sanches Soares da Silva – O objetivo singular (de cada registro e ato notarial isoladamente) e integral (do sistema das serventias extrajudiciais) é garantir a segurança aos direitos dos indivíduos, seja na esfera pessoal ou patrimonial. Os serviços cartorários estão presentes nas localidades mais remotas e, por prestarem serviços públicos, dadas as características inerentes à atividade, representam uma das instituições mais próxima e acessível a cada cidadão.

Confira outras matérias com delegatários do Amazonas (clique no nome):

Larisse Moura Silva (Juruá)

Márcia dos Santos Santiago (Careiro)

Ricardo Bandeira de Mello (Pauini)

Kenny Marcel Oliveira dos Santos (Anamã)

Nathalie Moreira Garcia de Lima Raposo (Novo Aripuanã)

Victor Calíope (1º Ofício de Coari)

Paulo Henrique Felberk de Almeida (Rio Preto da Eva)

Thaís Batista Fernandes Braga (2º Ofício de Coari)

Mariana Almeida de Lima (Atalaia do Norte)

Paulo Said Haddad Neto (Amaturá)

Thaís Vieira Soares (Fonte Boa)

Isabela Oliveira Barreto (Ipixuna)

Geiza Elem Souza de Matos (Barcelos)

Leonam Portela (5º RCPN de Manaus)

Miguel Agra (Benjamin Constant)

Alan Felipe Provin (Iranduba)

 Fonte: Anoreg/AM

 

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